Programação Cultural Nos Jardins No Mês De Setembro

Os Jardins recebem em setembro uma programação cultural diversa que vai das artes visuais ao teatro. Exposições inéditas e retrospectivas de nomes consagrados — como Frans Krajcberg no MASP e Wilma Martins na Galatea — dividem espaço com mostras coletivas, como “Transe” na Gomide&Co, e com a fotografia contemporânea no MIS. O calendário ainda inclui a peça “Intimidade Indecente”, com Eliane Giardini e Marcos Caruso, em cartaz no Teatro Renaissance, e a exposição “Nem Tudo Que Reluz”, no Solar Fábio Prado, ampliando o leque de experiências para diferentes públicos ao longo do mês.
Nova Fotografia – “Cidade que des(en)volvemos”, no MIS
Até o dia 12 de outubro, o Museu da Imagem e do Som (MIS) recebe a mostra “Cidade que des(en)volvemos”, do fotógrafo Manoel Almeida, dentro do programa Nova Fotografia, que anualmente seleciona, via convocatória pública, seis artistas para exposições individuais. As séries escolhidas são inéditas e passam a integrar o acervo da instituição após a temporada em cartaz.
Inspirada na relação ambígua entre os cidadãos e São Paulo, a série de Almeida parte da ideia de “contos de concreto e carne”, explorando a cidade como espaço de símbolos, sentimentos e percepções humanas. A proposta audiovisual busca traduzir essa convivência de afeto e desconforto, em que a urbe se torna tanto protagonista quanto reflexo das experiências emocionais de seus habitantes. Ingresso: gratuito.
Avenida Europa, 158 – Jardim Europa, São Paulo
Frans Krajcberg, no MASP
O MASP apresenta até o dia 19 de outubro a exposição “Frans Krajcberg: reencontrar
a árvore”, primeira dedicada ao artista no museu. Pioneiro na integração entre arte e meio ambiente, Krajcberg (1921–2017) transformou resíduos de troncos, raízes, cipós e outros elementos coletados em áreas de devastação em esculturas, relevos, gravuras e pinturas que unem rigor estético e ativismo ecológico.
Dividida em sete núcleos, a mostra percorre mais de cinco décadas de produção, incluindo pinturas, quadros de terra e pedra, florações, sombras e esculturas. O título retoma uma fala do artista durante a elaboração do Manifesto do Rio Negro (1978), em que defendia uma nova relação entre arte e natureza.
Ao denunciar queimadas e o impacto da destruição ambiental, sobretudo na Amazônia, Krajcberg construiu uma obra de forte dimensão política e poética, que se torna ainda mais atual diante da crise climática contemporânea.
Está em cartaz no Solar Fábio Prado, até 14 de setembro, a exposição “Nem Tudo Que Reluz”, do projeto Contemporâneas Vivara, que mergulha nos significados simbólicos do adorno na arte contemporânea, explorando como esses objetos podem guardar memórias, expressar identidades e reforçar vínculos de pertencimento.
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
Ingresso: https://www.bilheteria.masp.org.br/
@masp
Nem Tudo Que Reluz, no Solar Fábio Prado
Até 14 de setembro, o Solar Fábio Prado recebe a exposição “Nem Tudo Que Reluz”, parte do projeto Contemporâneas Vivara. A mostra investiga os significados simbólicos do adorno na arte contemporânea, abordando sua potência como guardião de memórias, expressão de identidades e elemento de pertencimento.
Av. Brig. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano, São Paulo
Intimidade Indecente, no Teatro Renaissance
Até o dia 28 de setembro, a peça ‘Intimidade Indecente’ com Eliane Giardini e Marcos Caruso está em cartaz no Teatro Renaissance. Escrita por Leilah Assumpção e dirigida por Guilherme Leme Garcia, a nova montagem é exibida às sextas, sábados e domingos com ingressos que custam a partir de R$ 75, que podem ser adquiridos diretamente na bilheteria do teatro ou pelo site https://teatrorenaissance.com.br/
Em curta temporada, a peça conta a história de Mariano (Marcos Caruso) e Roberta (Eliane Giardini) que são um casal sessentão que estão cansados da mesmice da rotina e decididos por novas experiências, colocam um ponto final no casamento. Acontece que a vida persiste em manter um ao lado do outro. E é nessas idas e vindas que, aos poucos, eles se descobrem ser os maiores cúmplices.
Alameda Santos, 2233 – Jardim Paulista, São Paulo
Transe, na Gomide &Co
A Gomide&Co exibe, até 15 de novembro, a coletiva “Transe”, organizada em parceria com o curador Fernando Ticoulat. A mostra reúne artistas de diferentes gerações e linguagens — como Luiza Crosman, Antonio Dias, Rubens Gerchman, Karla Knight, Cildo Meireles, Mira Schendel, Camile Sproesser e Tomie Ohtake — em obras que exploram a arte como campo de transformação, capaz de reorganizar sentidos, matéria e percepção.
Entre os destaques estão as pinturas em grande formato de Camile Sproesser, instaladas nas vitrines da galeria, e o site-specific de Luiza Crosman, inspirado na Escada de Jacó. A exposição integra o circuito paralelo à 36ª Bienal de São Paulo, reforçando a proposta da galeria de aproximar diferentes gerações e contextos da arte latino-americana.
Avenida Paulista, 2644 – Bela Vista, São Paulo
Wilma Martins, na Galatea
A Galatea recebe até o dia 18 de outubro a exposição “Wilma Martins: territórios interiores”, dedicada à emblemática série Cotidiano (1974–1984). Reconhecida como a mais importante da artista, a produção mescla cenas de interiores domésticos com elementos da natureza, revelando a delicada tensão entre o real e o imaginário.
Esta é a primeira mostra individual de Wilma desde a retrospectiva póstuma de 2023 e marca o retorno da série Cotidiano em um conjunto amplo, reafirmando sua relevância na arte brasileira contemporânea. O texto crítico é assinado por Fernanda Morse. A mostra acontece na unidade da galeria, na Rua Padre João Manuel, nos Jardins.
Rua Padre João Manuel, 808 – Jardins, São Paulo
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