Nascido Nos Jardins, Bloco Gueri Gueri Mudou O Carnaval De São Paulo
De bloco a baile de Carnaval, da Oscar Freire para fora dos limites do bairro: o Gueri Gueri é o “filho folião” dos Jardins que vestiu uma camisa listrada e saiu por aí! No próximo sábado, 22, o bloco faz mais uma edição de seu Baile de Carnaval, no espaço de eventos Villaggio JK na Vila Olímpia com a apresentadora global Patrícia Poeta como madrinha da festa.
Tudo começou em 1986, no lendário bar Supremo, na esquina da Oscar Freire com Consolação. Criado pelo animado casal da cena social, Roberta e Vera Suplicy, o Supremo era inédito em seu formato. Era o primeiro o boteco chic da cidade colocando mesas na calçada (o que não era permitido), garrafas de uísque personalizadas e o clima casual com um toque de charme. “Era uma turma de boêmios animados que ficavam tristes com a cidade muito calma no carnaval e no pré-carnaval, enquanto eles viam outros lugares, como no Rio ou Salvador bombarem”, conta Fernanda Suplicy, filha do casal e hoje dirigindo o Gueri Gueri. Sim, São Paulo para eles também não era o túmulo do samba, como disse Vinícius de Moraes. E a turma se juntou. Cada um correu atrás de uma função: um foi atrás do carro aberto, outro da bateria da Vai-Vai. Vera foi atrás de patrocínio de cerveja. Nascia o Gueri Gueri desfilando pelo bairro, um sábado antes do Carnaval. Uma década depois, média de trinta mil pessoas estavam no bloco. Cantoras como Beth Carvalho e Elza Soares participaram, assim como a presença da madrinha do Gueri Gueri virava uma celebração, levando no alto do carro mulheres badaladas e do showbizz que eram o talk of the town, em seu momento, como Patricia de Sabrit, Cecília Neves, Mylla Christie, Malu Bailo, Carola Scarpa e Luciana Melo. “Se hoje São Paulo é essa febre de bloco de rua, eu acho que temos um dedinho nessa história”, diz Fernanda. Coberta de razão.
Essa força estava evidente na virada do milênio, quando Roberto constatou que os Jardins não comportavam mais a passagem do bloco. Ele apostou no Ibirapuera, a partir da praça do Monumento das Bandeiras para o encontro. Mais uma vez, assim como as cadeiras de bar na calçada, foi atrás da liberação da prefeitura. Em 2001, o Gueri Gueri inaugurava assim o circuito do Ibirapuera. Sozinho, antes que ali se tornasse uma passarela no futuro roteiro oficial dos blocos. E a procura pelo carnaval dos Suplicy chegava nos milhares de foliões. Mas durante o ano, Roberto agitava os Jardins. O bar Dry, na Tiete com a Padre João Manuel, virou um dos lugares mais badalados da cidade, na primeira década do novo século.
Com isso, a prefeitura, em 2016, criou um estatuto que dificultava a estrutura do Gueri Gueri. “Sempre tivemos uma área reservada, não só do tipo vip, mas também para pessoas de mais idade que participam muito de nossa história. E não podíamos mais ter essa estrutura. Decidimos então produzir um baile pré-carnavalesco, que seria um resgate aos grandes bailes e mantendo nossa função de antecipar a folia”, diz Fernanda. O Baile da Vogue foi responsável por isso até se transferir para o Rio. O que fez do novo projeto do Gueri Gueri se firmar como a noite que inaugura os bailes de Carnaval da cidade.
Esse ano, o baile tem como atrações Malu, uma das principais cantoras de pagode do país, além do grupo Entre Elas, o cantor Fernando Rios e os Djs Livv(@livvdj). Na praça de alimentação pizzas da Cristal e burgers do MG74. Ao lado da madrinha Patrícia Poeta estão a rainha da bateria, Valeska Reis, e as embaixadoras são Pamella Gomes, rainha de Bateria da Tom Maior e a joalheria das celebridades, Andrea Conti. A edição 2025 foi batizada de Nada é capaz de tirar o seu Brilho. “O brilho de cada um não depende de nada externo. Está dentro de nós e é o que o Gueri Gueri acredita. Aqui, cada um importa, cada brilho conta para a festa reluzir ainda mais”, diz Fernanda.
Baile do Gueri-Gueri
22/02 – 17h à 1h
Villaggio JK
Rua Funchal, 500 – Vila Olimpia
Ingressos:https://www.ticket360.com.br/evento/29817/ingressos-para-gueri-gueri-baile-de-carnaval-2025
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